Aldeias Pataxó em Caraíva

O povo indígena Pataxó vive hoje no extremo sul da Bahia e norte de Minas Gerais, em 36 aldeias e 6 terras indígenas demarcadas. A terra indígena de Barra Velha, onde vivem aproximadamente 500 famílias, é talvez a aldeia mais antiga de que se tem registro. Fica próxima ao vilarejo de Caraíva, reconhecido pelo IPHAN como a primeira comunidade estabelecida pelos portugueses no continente americano, por volta de 1530.

O processo de aldeamento, porém, é recente e se deu como forma de sobreviver à invasão portuguesa, já que antes os pataxós eram nômades e circulavam por toda a faixa litorânea do atual estado da Bahia, onde as naus lusitanas aportaram em 1500. 

Os povos nativos da região foram perseguidos, catequizados, escravizados e mortos pelos portugueses durante o processo de colonização. Sua resistência por séculos na primeira região ocupada pela invasão colonizadora e considerada a mais fértil dentre os territórios conquistados não foi fácil. Atualmente, resta pouco das riquezas naturais da região, mais preservada nas unidades de conservação que foram criadas na faixa do litoral entre o Monte Pascoal e o Atlântico.

Os pataxós também passaram de maioria a minoria. Após o chamado “Fogo de 1951”, genocídio exercido pelas forças militares, muitos indígenas migraram para outras áreas. A diáspora não impediu que alguns voltassem ao seu território ancestral, onde, apartados dos seus modos de vida pelo desmatamento, pela pecuária e pela urbanização, foram se inserindo nos pacotes que atraem turistas do mundo todo para a região. Trabalhando na rede hoteleira, conduzindo quadriciclos em passeios ou vendendo colares de miçangas na vila de Caraíva, um dos polos do turismo de luxo da chamada “Costa do Descobrimento” e do Brasil.